Estava imensamente feliz e tinha certeza que ganharia o mundo, mas mesmo com tanta alegria, no fundo sentia-se cansada daquele turbilhão de emoções que a acompanhava há tempos.

Tinha impressão que sua vida era uma montanha russa, com incontáveis descidas muito íngremes e velozes, e subidas lentas que as vezes parecia até que parava.

Ela queria viver um amor de filme, mas suas relações eram tão turbulentas que mais parecia uma guerra, onde ambos os lados se feriam.

Costumava lembrar dos amigos com saudades, mas, no mesmo instante os odiava, pois entendia que todos tinham seguido suas vidas e não mais lembravam dela.

Ouvia incessantemente as queixas de seus pais, e se cobrava de não ter sido, boa filha, boa amiga, boa, boa...

Buscava alivio em tudo que era rápido, perigoso e as vezes até mesmo ilegal.

Amores fluidos que escorriam por entre dedos e lençóis logo que amanhecia.

Mas hoje estava bem e isso não importava, não se incomodava com essas idas e vindas de amores e pessoas.

Em outra época, essas mesmas pessoas lhe pareceriam inferiores e nem se aproximaria E nesse descontrole, supostamente controlado por uma ânsia de prazer a todo custo, se feria novamente, sem ao menos perceber que isso a levaria mais uma vez ao lupping e descida dessa vida que mais parecia uma montanha russa. .