Era tarde da noite e ela ainda não havia pregado os olhos, sua cabeça vagava como uma pena em meio ao vendaval por lugares dos quais ela não gostaria de ter estado, mas que ainda a mantinham presa.
O cansaço do dia exaustivo nem se comparava ao esforço que faia agora para dormir. Uma dor indescritível irradiava pelo seu corpo e não era possível identificar onde começava e nem se teria fim. Seus pensamentos vinham de forma tão desordenada que quanto mais ela tentava entender, mais s perdia entre eles. Era como se tudo nela agora fosse só pensamentos.
Queria somente dormir, pois sabia que no dia seguinte o mundo estaria ali, cobrando e jogando com ela como sempre havia feito. A essa altura, já nem sentia suas lágrimas. Elas simplesmente brotavam, assim como aqueles pensamentos e também aquela enxurrada de emoções que não sabia nem mesmo nomear.
E assim foi durante um tempo em que parecia uma eternidade, até que o cansaço a venceu e seu corpo adormeceu, enrolado, pequeno, quase como se quisesse voltar ao útero e vir em nova vida…